Descoberta revolucionária, que já apresenta resultados impressionantes em pacientes com câncer, promete transformar o tratamento de feridas e extrai seu poder de uma planta nativa do Brasil.
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Uma descoberta revolucionária, nascida nos laboratórios da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), está trazendo uma nova esperança para o tratamento de feridas complexas. Pesquisadores brasileiros desenvolveram um gel fitoterápico que é capaz de acelerar a cicatrização em até duas vezes, superando com folga as terapias convencionais, como o laser.
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A fonte deste avanço notável é uma planta de coloração avermelhada, nativa da Amazônia e da Mata Atlântica, mas encontrada em todo o Brasil. Popularmente conhecida como "chica" (Fridericia chica), ela se revelou uma potência em propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, tornando-se a base para uma solução que pode mudar a vida de milhares de pacientes.
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O desenvolvimento deste gel não é apenas uma vitória para a ciência nacional, mas também um poderoso lembrete do potencial inexplorado da biodiversidade brasileira. Ele representa a união da sabedoria popular, que já utilizava a planta, com a pesquisa científica de ponta.
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A aplicação mais urgente e que já está em fase de testes é em pacientes oncológicos. O gel tem se mostrado extremamente eficaz no tratamento de uma das mais dolorosas e debilitantes consequências da quimioterapia e da radioterapia: as feridas na boca.

Foto: Pedro Amatuzzi / Inova Unicampi
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Da Planta ao Paciente: A Ciência por Trás do Gel Cicatrizante
O caminho até a criação do gel foi marcado por uma pesquisa meticulosa. Os cientistas da Unicamp coletaram amostras das folhas da "chica" de diversas regiões do Brasil, cultivando-as sob condições controladas para estudar seu comportamento e identificar a variedade mais potente.
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O trabalho revelou que as plantas que produziam o maior teor de antocianinas – os pigmentos naturais responsáveis pela cor vermelha, roxa e azul em vegetais como o açaí, a uva e o repolho roxo – eram as que apresentavam a maior atividade terapêutica.
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As antocianinas são famosas por seu poderoso efeito antioxidante. Isso significa que elas são capazes de neutralizar os radicais livres, moléculas instáveis que causam estresse oxidativo e danificam as células, dificultando o processo de cicatrização.
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Além disso, essas substâncias possuem uma forte ação anti-inflamatória. Ao modular a resposta inflamatória no local da ferida, o gel cria um ambiente ideal para que as células se regenerem de forma mais rápida e organizada, promovendo um fechamento eficaz do tecido lesionado.
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Para tornar a aplicação viável e agradável, os pesquisadores desenvolveram um gel mucoadesivo, que adere à mucosa da boca, e o envasaram em pequenos sachês. O produto final ainda surpreendeu com dois benefícios extras: um efeito anestésico que alivia a dor do paciente quase imediatamente, e um sabor suave e agradável, semelhante ao de chá preto.

Foto: Inova Unicamp
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Uma Nova Esperança: Testes Clínicos e Resultados Impressionantes
Desde o ano passado (2024), o gel vem sendo testado em um dos cenários mais desafiadores: o tratamento da mucosite oral em pacientes com câncer.
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A mucosite oral é um efeito colateral severo da quimio e da radioterapia. O tratamento oncológico, ao atacar as células cancerosas, acaba atingindo também as células saudáveis de rápida divisão, como as que revestem a cavidade oral.
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Isso resulta na formação de feridas grandes e extremamente dolorosas na boca, gengiva e garganta. A condição é tão debilitante que muitos pacientes não conseguem falar ou engolir, precisando, por vezes, interromper o tratamento contra o câncer. Além da dor, as lesões aumentam drasticamente o risco de infecções que podem se espalhar pelo corpo, prolongando a hospitalização e, em casos graves, levando à morte.
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O tratamento convencional para a mucosite é a laserterapia de baixa intensidade, que, embora ajude, pode exigir até 15 dias de sessões para apresentar resultados significativos.
Os resultados dos testes com o gel de "chica" foram descritos como impressionantes. Em todos os casos, a ação cicatrizante foi, no mínimo, duas vezes mais rápida que o tratamento a laser, reduzindo o tempo de cura para cerca de uma semana.
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Em alguns casos extraordinários, os pesquisadores relataram que pacientes tiveram suas feridas completamente curadas em apenas dois dias de aplicação, uma velocidade de regeneração que superou todas as expectativas iniciais.

Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil
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O Futuro do Gel: Da Bancada do Laboratório para as Prateleiras
Com a comprovação da eficácia e da segurança do produto, o objetivo da equipe da Unicamp agora é levar o benefício ao maior número de pessoas possível. Para isso, o próximo passo é escalar a produção.
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Os pesquisadores estão em busca ativa de parcerias com a indústria farmacêutica, que possua a capacidade técnica e estrutural para produzir o gel em larga escala, seguindo todos os padrões de qualidade.
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Paralelamente, há o desafio agrícola. É preciso encontrar produtores rurais ou empresas do agronegócio que possam cultivar a Fridericia chica em grande escala, garantindo um fornecimento constante e de alta qualidade da matéria-prima para a indústria.
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Embora os testes iniciais tenham focado nos pacientes oncológicos, o potencial do gel é imenso. Ele poderá ser usado no futuro para tratar uma vasta gama de outras condições, como úlceras diabéticas (que têm difícil cicatrização), queimaduras, feridas pós-cirúrgicas e até mesmo cortes e arranhões do dia a dia.
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A descoberta do gel de "chica" é um exemplo brilhante do potencial da ciência brasileira e da nossa biodiversidade. É a prova de que o investimento em pesquisa em nossas universidades pode se traduzir em inovações de impacto global, capazes de aliviar o sofrimento humano e gerar saúde e qualidade de vida.
Algumas informações: Multidimensional / Olhar Digital / Unicamp / Instituto Nacional de Câncer (INCA)
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