Usando técnica que ganhou o prêmio Nobel, cientistas holandeses conseguiram retirar o DNA do HIV das células de defesa T do organismo.
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Apesar de já existirem tratamentos eficazes que evitam o desenvolvimento da aids em pessoas que vivem com HIV, a ciência ainda procura uma maneira de eliminar completamente o vírus do organismo.
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Uma nova pesquisa conseguiu avançar para alcançar o objetivo: cientistas da Universidade de Amsterdã, na Holanda, conseguiram “cortar” o material genético do HIV das células humanas.
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Hoje, o paciente precisa tomar medicamentos para controlar a doença indeterminadamente, mas usando a técnica CRISPR de edição genética em laboratório, os pesquisadores retiraram o vírus das células T infectadas.
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O HIV usa as unidades de defesa para se multiplicar e, por isso, a ideia é eliminá-lo completamente do organismo — assim, os remédios não precisariam ser administrados para sempre.
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“Esses achados representam um avanço fundamental no desenvolvimento de uma estratégia de cura“, afirmam os cientistas em artigo publicado para o Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas. O estudo completo ainda não foi publicado em revista científica.
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Porém, apesar de os resultados serem importantes, ainda são considerados extremamente prematuros e não é possível afirmar se se tornarão uma cura funcional para o HIV no futuro.
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A edição genética em uma grande quantidade de células ainda é complicada, e os médicos não têm certeza sobre os efeitos colaterais do tratamento a longo prazo.
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Histórico do CRISPR
A técnica CRISPR (Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats) foi descoberta em 1987 por pesquisadores japoneses que inicialmente não sabiam de sua função. Só em 2005, cientistas perceberam que o CRISPR era uma espécie de "memória genética" usada por bactérias para se defenderem contra vírus invasores.
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Em 2012, as pesquisadoras Jennifer Doudna e Emmanuelle Charpentier aprimoraram essa descoberta, desenvolvendo a técnica CRISPR-Cas9, que permite "cortar" e editar de forma precisa o DNA de qualquer organismo, incluindo seres humanos. Essa inovação ganhou o Prêmio Nobel de Química em 2020 devido ao seu potencial transformador nas áreas de genética e biotecnologia.
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O CRISPR-Cas9 funciona como uma espécie de "tesoura molecular", capaz de cortar o DNA em locais específicos, permitindo aos cientistas remover, adicionar ou modificar segmentos genéticos.
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Isso pode ser feito com grande precisão e eficiência, o que abre novas possibilidades em tratamentos para doenças genéticas, como a distrofia muscular, a anemia falciforme e, mais recentemente, o HIV.
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Comparação com Outras Pesquisas e Terapias
O CRISPR se destaca por sua precisão e potencial em tratamentos de longo prazo, especialmente quando comparado com outras terapias em desenvolvimento para o HIV.
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Atualmente, a principal abordagem para o controle do HIV é o uso de medicamentos antirretrovirais (ARVs), que mantêm o vírus suprimido, mas não o eliminam do corpo.
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Apesar de eficazes, esses tratamentos exigem que os pacientes tomem medicamentos por toda a vida, o que pode levar a efeitos colaterais e dificuldades de adesão.
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Outras terapias em andamento incluem vacinas contra o HIV, que ainda estão em estágios experimentais, e terapias de células CAR-T, que têm mostrado algum sucesso em tratar certos tipos de câncer, mas ainda estão sendo testadas para o HIV.
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Essas abordagens, embora promissoras, enfrentam desafios significativos, como a dificuldade de desenvolver uma resposta imunológica duradoura contra o HIV, um vírus altamente mutável.
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A grande vantagem do CRISPR em relação a essas terapias é sua capacidade de eliminar o vírus diretamente do DNA das células infectadas, oferecendo a possibilidade de uma cura funcional. No entanto, a técnica ainda precisa superar vários obstáculos, como a difícil aplicação em grande escala e a segurança a longo prazo.
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Conclusão
A recente descoberta de cientistas holandeses utilizando CRISPR para remover o DNA do HIV de células T é um avanço significativo na busca por uma cura para o HIV.
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Embora o estudo ainda esteja em estágios iniciais e os resultados não possam ser considerados definitivos, os progressos feitos são promissores.
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Ao contrário dos tratamentos atuais que controlam o vírus, mas não o erradicam, a técnica CRISPR oferece uma perspectiva de eliminar completamente o HIV do organismo, permitindo que as pessoas não precisem mais depender de medicamentos para o resto da vida.
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Contudo, é importante reconhecer que, apesar do entusiasmo, os desafios técnicos e éticos permanecem. A aplicação dessa tecnologia em seres humanos em larga escala requer mais pesquisa, principalmente para entender os efeitos a longo prazo da edição genética.
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A comparação com outras terapias em desenvolvimento mostra que, embora o CRISPR tenha grande potencial, ele não é a única solução em estudo, e cada abordagem enfrenta desafios próprios.
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O caminho para uma cura do HIV ainda é longo, mas essa descoberta representa uma luz no fim do túnel. Com mais investimentos e pesquisas, talvez o sonho de erradicar o HIV definitivamente possa se tornar realidade, mudando a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo.
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Algumas Informações: Portal Metrópoles
Direitos Autorais Imagem de Capa: Panuwach/Getty Images/ Divulgação
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